quarta-feira, 1 de abril de 2015

To the wonder (Amor Pleno) - 29/3/2015

Basta algumas cenas para reconhecer o "sotaque" de quem está "falando" cinematograficamente. E eu apenas tinha assistido The Tree of Life. Terrence Malick tem um sotaque muito característico e forte: cenas contemplativas, câmera em movimentos objetivos e suaves que oferecem vôo pela cena e pelas personagens. Música clássica transformando o vôo em viagem. E as personagens revelando suas incertezas, angustias e reflexões sobre a existência. É um filme contemplativo, existencialista... ou que remete ao existencialismo. A estética superpõe-se a estória.

Para quem busca estórias, com finais e respostas... é um filme chato! Para quem contempla uma poesia audio visual é prazeroso. Para quem gosta de refletir: a liberdade de viajar, conhecer e experimentar (à França, Paris, Mt St Michel) e a prisão da vida burguesa (american middle class way of life). A contradição em transformar o amor livre encontrado na França e torna-lo uma esposa dona-de-casa numa cidade de interior.  E encontrar, no amor de infância na mesma cidade, uma forma de liberdade através do amor proibido, da traição. A proibição de casar novamente perante Deus dita por um padre que questiona Deus.

Não precisamos de história. Temos a reflexão.

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