sábado, 26 de abril de 2014

Mrs Miracle (Milagre em New York)


Filme para uma sessão da tarde de véspera de Natal. Moça tem que cuidar de sobrinho que perdeu a mãe e o pai foi servir no exército. Numa manhã qualquer, ela não tem dinheiro para o café e é salva por um desconhecido que é filho do dono de uma loja de brinquedos de Natal. Ele é gerente e faz uma aposta em não vender o brinquedo preferido (um robô) e aposta nos tradicionais. A senhora milagre aparece do nada e se torna uma vendedora que vai resolver todos os pequenos probleminhas que o filme coloca e todos serão felizes para sempre. Para assistir com as crianças...

Django Unchained

É Quentin Tarantino... gosto de muitos dos seus filmes e da sua linguagem. Muda a estória, mas tem a sua marca na violência crua-fotográfica (com direito a HD slow motion) e no desejo de vingança.
Django não trouxe nada muito novo. O excelente Christopher Waltz e a sua ameaça aterrorizante nos relembra Inglorious Bastard desde o início. Talvez por ele ser muito teatral na fala e na ameaça, não sei bem. O cenário de Western no início, embora o foco deveria ser as fazendas de escravos, nos lembra True Grit com a caça em cavalos aos malfeitores. As cenas de violência não tem a esperteza sutil, mas apenas a habilidade dos velhos westerns, dos super-heróis da Marvel e do Tarantino.
O filme tem claramente duas partes, a busca pela recompensa (me lembrou True Grit) e a busca pela princesa (me lembrou Walt Disney) cujo fim explosivo na frente do castelo a cavalo me fez lembrar a Bela Adormecida.
O que mais vale no filme é Samuel Jackson. Simplemente sensacional. Sua personagem (que deve ser criação de Tarantino) é também muito boa. É ele quem manda na estória final e no filme.
Pena que os cineastas inovadores dos anos 00 começam a se repetir e a se referenciar (ou desomenagear).

domingo, 13 de abril de 2014

Life of PI (As aventuras de PI)

Cinema puro. Cinema fotográfico. A palavra cinema aqui não é apenas filme ou sala de exibição, mas à exploração da técnica para fazer a arte de contar uma estória com audio e vídeo. E este filme é sobre estórias: a que assistimos, a que o protagonista (PI) conta ao parceiro de cenas, a que ele anota no caderninho, e a que ele conta aos investigadores mexicanos. E Ang Lee conta isso com um domínio de técnicas e tecnologias para fazer isso de uma forma belíssima. E as estórias são um pouco de fábula sobre a vida e a sobrevivência.

Mas o filme  não me empolgou. A estória em si não prende e não é nova. Um náufrago que perde a família e tem que sobreviver. A novidade é o tigre Richard Spark... que nem agradece.

Argo

Nos primeiros segundos, uma ótima aula de história. Nos primeiros 10 minutos o suspense da invasão da embaixada americana no Irã pelo povo, deixando os americanos reféns. Seis deles conseguem fugir para a embaixada do Canadá. 69 dias depois o filme vai para a casa do herói e em seguida para a CIA. Sua missão é resgatar os seis que estão na embaixada. O plano é que eles vão escolher um local de filmagem em Teerã. Já sabemos o fim, mas a forma como é contada, o excelente elenco e a ótima reconstituição de época fazem o filme merecer os prémios que recebeu. Ben Affleck é excelente ator e diretor, além do roteiro já premiado no início da carreira. O roteiro deste é muito bom, simple e linear, mas com o suspense necessário para um filme com história conhecida.

Foreverland (A vida é para viver)

Narrado na primeira pessoa de um personagem de 20 anos que já sabe que vai morrer (mas todos sabemos que vamos morrer, não?) cedo. Ela já escolheu um caixão caríssimo e o vendedor tenta convence-lo que ele deveria estar pensando em carros. Ele tem fibrose cística e precisa tomar medicamentos e fazer fisioterapia diariamente. O início do filme conta esta estória de forma cativante.

Daí, um companheiro de hospital de mesma idade morre. Ele recebe no testamento a missão de colocar a cinzar no Santuário del Sol, no Mexico. Ele vai nesta viagem com a irmã do amigo. Começam com um Mustang, mas é roubado no primeiro dia. O filme vira um road movie para adolescente com acontecimento bobos e cliches. No fim, chegam ao santuário. No fim, ficam juntos e tem um filho. E no fim a vida foi bem vivida e ele vai viver para sempre.